Dr. Alckmin, leia O Tartufo, de Molière. Mas leia até o final…


14 de Aug de 2013 | 00:06
A apregoada religiosidade do Governador Geraldo Alckmim deveria fazer corarem-lhe as faces.
As ameaças de processo contra a corrupção da Siemens em seu governo, sete anos depois, conferem-lhe o papel de Tartufo.
Convenhamos que seria fazer pouco de sua inteligência dar-lhe o de Orgon, o idiota a quem Tartufo ilude.
Porque nem mesmo Orgon deixaria de ler, todos estes anos, as acusações, inquéritos e condenações das empresas que ele contratou. à testa de outras consorciadas no cartel: a Siemens e a Alston.
Jamais mandou investigar, apurar, inquirir, comparar preços?
Não era um trocado vil, mas contratos de bilhões.
Mesmo admitindo que Alckmin seja um pascácio – vamos fazer- lhe o favor da presunção da estupidez – qualquer advogado poderia explicar-lhe. com desenhos e  pauzinhos, o que são as figuras do error in eligendo e do error in vigilando, elementos de formação de culpa em quem tem de escolher e zelar pelo bom uso dos recursos públicos.
Mas Alckmin não é um idiota.
Participou ativamente, nos últimos cinco anos, do bloqueio de todas as tentativas de investigar as denúncias contra Siemens e a Alstom por seus 139 contratos com o governo paulista, desde que, no dia 29 de maio de 2008, chegaram ao Brasil os documentos da investigação realizada na Suíça sobre a Alstom.
Só a pusilanimidade da imprensa nacional é que poderia tratar a pantomima de Alckmin como se fosse algo sério.
O Dr. Alckmin, se quer seguir sua veia teatral, poderia começar pela peça de Molière.
Mas que não pare pela metade e vá até o final, quando Tartufo, o impostor, traz a polícia contra Orgon, aquele a quem tanto ludibriara e de quem tanto se aproveitara.
Mas é ele, Tartufo, quem é desmascarado e  preso.
Por: Fernando Brito

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