Tijolaço: As Marias Antonietas de toga
POR FERNANDO BRITO · 15/03/2018 , Enquanto o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes toma conta das conversas entre as pessoas em todo o país, nos salões refrigerados dos prédios da Justiça, em todo o país, os senhores magistrados e promotores faziam sua “greve” em defesa do auxílio-moradia indiscriminado e de reajustes dos vencimentos que, nas palavras do presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Guilherme Feliciano, “hoje estariam em R$ 47 mil”. Pobres coitados, chegam a dizer que estão sendo perseguidos. É o escárnio escancarado em um país que tem juízes – e muitos, quase 20 mil – e não tem Justiça e que tem outros milhares de promotores de Justiça que não a promovem, preferindo dedicar-se à uma espécie de cruzada moralista que perdeu todos os cuidados com a honra alheia e que transforma julgamentos em linchamentos.