Nem rendição, nem prostração: o trunfo da coerência
A votação dos trabalhistas ingleses mostra que o caminho não é o da rendição, nem prostração, mas da coerência entre desenvolvimento e democracia social. por: Saul Leblon - na Carta Maior - 13/09/2015 Um paradoxo muitas vezes esconde a luz esclarecedora que a linearidade das aparências sonega. Quatro meses após a derrota para o conservador David Cameron, nas eleições gerais de maio, na Inglaterra, o alquebrado partido trabalhista britânico deu uma guinada à esquerda no último sábado. Em vez de consagrar a esperada rendição ao centro – ao neoliberalismo de Tony Blair— para disputar a hegemonia política com os herdeiros de Thatcher, os trabalhistas colocaram na sua direção um símbolo da socialdemocracia europeia que se perdeu num tempo de adesão aos ditames dos mercados. Jeremy Corbyn , vitorioso na convenção do último sábado, com 60% dos votos, condensa em suas convicções de homem de esquerda aquilo que um documentário recente do cineasta Ken Loach batizou de ‘O espí