J.B.Gerald: Nota sobre o crime contra a Venezuela

31/1/2019, J.B.Gerald, Night Lantern         


31/1/2019, 12:01pm, Facebook• [ing. aqui traduzido] Boa análise. Problema é que os EUA e a UE rejeitará qualquer Astana para salvar a Venezuela – exatamente como rejeitaram Astana para a Síria.

Escrevo sobre isso em tempo integral há anos; mais e mais, a batalha se trava entre os dois grandes polos: integração da Eurásia versus Império do Caos e lacaios selecionados do ocidente.

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga

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Para esclarecer a importância da tentativa de golpe de Estado de 23 de Janeiro na Venezuela, recordamos que, desde a Segunda Guerra Mundial, a motivação habitual para as violações da Convenção sobre o Genocídio tem sido a cobiça, dos sempre os mesmos, sobre recursos naturais de alguma parte do mundo. Por exemplo, Iraque, Líbia, Síria, Haiti, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Guatemala e outros.

As populações que habitam áreas ricas em recursos naturais são forçadas a fugir, exilar, refugiar-se em outros lugares, ou são atacadas por doenças, ou fome, ou diretamente assassinadas por programas militares, ou divididas internamente em guerras civis que garantam quem morram homens, mulheres e crianças, aos milhões.

Os danos são intergeracionais, porque os efeitos do urânio empobrecido ou dos resíduos da mineração passam de pai para filhos e netos; os sobreviventes de uma geração perdem os filhos na geração seguinte. O efeito da destruição de um habitat é a destruição de um povo com reivindicações históricas legais sobre a terra e seus recursos naturais.

Se estas multidões de seres humanos forem erradicadas, o desenvolvimento dos recursos naturais prossegue sem impedimentos ou qualquer benefício ou pagamento aos legítimos proprietários. 

Esse blog “Lanterna da Noite” faz aqui um alerta aos povos que habitam ou podem reivindicar legalmente um território rico em recursos naturais. 

Venezuela possui aproximadamente um quarto dos recursos petrolíferos do planeta Terra. A batalha das empresas em incorporação para aumentar lucros é criminosa sempre. Os EUA empenharam-se em se afastar da Corte Penal Internacional e tentar destruir a lei internacional. 

Dado que há fortes evidências de que a Venezuela está ameaçada por ataque violento pelos interesses corporativos, representados pela política dos EUA, o povo da Venezuela está agora ‘oficialmente’ ameaçado de genocídio.

Um resumo da atual tentativa de golpe de Estado: dia 23 de janeiro, Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional de direita, autodeclarou-se presidente da Venezuela. Durante a presidência de Hugo Chávez, e apesar do fracasso da primeira tentativa de golpe de Estado contra ele, e depois da muito suspeita morte de Chávez, e depois que a presidência foi assumida pelo sucessor escolhido por Chávez e pelo povo, Nicolás Maduro, os EUA têm financiado contínua e pesadamente a oposição política do país. A declaração contrademocrática de Guaidó foi imediatamente endossada pelo Brasil, EUA e Canadá, numa tentativa de derrubar um governo democraticamente eleito. A plataforma de Juan Guaidó, se autorizada a governar, incluiria o retorno de empresas nacionalizadas a seus antigos proprietários.

Mas já falhou a convocação, feita pelo vice-presidente dos EUA ao povo venezuelano para se levantar e abraçar Guaidó como seu presidente. Das Américas, os governos instalados pelos EUA apoiaram a posição dos EUA. Países das Américas controlados pela classe média de direita a serviço das políticas corporativas e da riqueza, também apoiam a posição dos EUA.

A mídia ocidental explica a “necessidade de mudança” que teria surgido de uma “crise humanitária” do país. Essa dita “crise humanitária” é crise econômica que vem dos preços muito baixos do petróleo –, depois, as debilitantes sanções iniciadas pelos EUA para deixar de lado as tentativas de recuperação econômica da Venezuela. Como o maior detentor de recursos petrolíferos do mundo, as dificuldades políticas e econômicas da Venezuela são consistentemente atribuídas a interesses corporativos estrangeiros.

A União Europeia exigiu novas eleições, na tentativa de desacreditar a vitória do presidente Maduro nas urnas em maio passado, e sua reinstalação como presidente em 10 de janeiro. Cuba deslocou para a Venezuela 2.500 dos seus prestadores de cuidados de saúde da sua missão para os pobres que trabalhavam no Brasil, hoje convertido em Brasil fascista. E permanecem as alianças da Venezuela com Rússia, China, Turquia, Irã, México, dentre outros. 

Dentro da Venezuela, o governo e seus apoiadores, incluindo todos os ramos das forças armadas, permaneceram leais à Constituição do país e ao presidente Nicolás Maduro como presidente eleito. 

O eixo EUA-Brasil-Canadá, no esforço de fascistizar o continente e efetivar sua escolha de governantes para outro país, arriscou-se a fazer com que estes como agressores e a Venezuela entrassem em guerra. Como observado no luto por Hugo Chávez, cuja doença muitos acreditam ser efeito de envenenamento e assassinato, “Chávez vive, la lucha sigue!”

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