Assad: terroristas chegaram a Palmira com apoio dos EUA
O presidente sírio Bashar Assad considera que os militantes que tomaram Palmira podem ter entrado na cidade não só a partir de Mossul no Iraque, mas também das cidades sírias de Raqqa e Deir ez-Zor.
Fonte: SPUTNIK
“Não se pode relacionar a questão de Palmira apenas com Mossul, sendo que o Daesh também está em território sírio, no norte do país em Raqqa, onde a coalizão chefiada pelos EUA, alegadamente, o tem bombardeado ao longo dos últimos dois anos. Claro que isso não é verdade, os militantes do Daesh se encontram também em Deir ez-Zor, onde as forças americanas e a aviação da coalizão atacaram as posições das nossas forças governamentais, em vez de bombardear o Daesh”, informou Assad no ar do canal Rossiya 24.
Segundo Assad, um grande número de militantes com armas qualitativamente novas participou do ataque contra Palmira, o que leva a acreditar que esses militantes contam com apoio de fora. De acordo com o presidente sírio, se os militantes vieram de Mossul, não está clara a origem de armas que antes não eram usadas por extremistas. Ao mesmo tempo, Assad destacou a inatividade da Força Aérea americana que atua em Mossul e em Raqqa.
Assad frisa que “a maior parte destes terroristas veio de Raqqa e de Deir ez-Zor, ou com apoio direto dos americanos ou, na melhor das hipóteses, com o consentimento dos americanos que deixaram isso passar e permitiram à Turquia, Qatar e Arábia Saudita completarem essa missão apoiando e patrocinando o Daesh”. Segundo ele, “é isso que está realmente acontecendo hoje em Palmira”.
No domingo (11), o Daesh recapturou a antiga cidade de Palmira, na província de Homs. De acordo com fontes, o número de terroristas que participaram da tomada da cidade atingiu 5 mil elementos, incluindo centenas de homens-bombas e dezenas de veículos blindados.
Ataque terrorista a Palmira visava ‘minar a vitória de Aleppo’, diz presidente
Em uma entrevista ao canal de televisão RT, o presidente sírio, Bashar Assad disse que a tomada de Palmira foi uma maneira do grupo terrorista Daesh reagir à libertação de Aleppo.
Além disso, ele criticou a atitude da mídia ocidental pelo seu viés anti-sírio em todos os aspectos, mesmo nos positivos. “Se nós liberamos Aleppo dos terroristas, os políticos e a mídia mainstream ocidentais irão se preocupar com os civis. Eles não se preocupam quando acontece o contrário, quando quem mata aqueles civis ou ataca Palmira, destruindo o patrimônio humano — e não só o patrimônio sírio, — são os terroristas”, disse o presidente sírio. Sobre a tomada de Palmira por uns 5 mil militantes do Daesh vindos supostamente de Raqqa e Deir ez-Zor, ele comentou ainda o seguinte:
“…se você olha o horário do ataque deles, vai ver que esteve ligado ao que está acontecendo em Aleppo. É a resposta àquilo que está acontecendo em Aleppo — o avanço do Exército Árabe Sírio [exército do governo nacional]. Eles queriam minar a vitória em Aleppo e ao mesmo tempo distrair o exército sírio de Aleppo para o atrair mais para Palmira e destruir o avanço. Mas, claro, isso não teve efeito”.
Respondendo a uma pergunta da jornalista do RT que quis saber o que Assad achava sobre a postura oficial do Ocidente, que insiste que a Rússia e o Irã “devem pressionar” o seu governo, ele disse o seguinte:
“Na política, é sempre importante saber ler nas entrelinhas, não ser literal. Não importa o que eles pedem. A tradução da sua declaração para a Rússia é ‘por favor, parem o avanço do exército sírio contra os terroristas”. Este é o sentido da declaração deles, pode se esquecer do resto: ‘Vocês têm derrotado demasiados terroristas, isso não deveria acontecer. Vocês deveriam falar com os sírios para pôr fim a isso. Nós temos que guardar os terroristas e protegê-los'”.
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