Câmara paga deputados para ir aos EUA tentar rebater discurso de Dilma sobre o golpe
Postado em 21 de abril de 2016
DCM
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Do Valor:
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Para evitar que “o mundo escute a versão errada do que está acontecendo no Brasil”, a Câmara custeou a viagem de dois deputados para Nova York. Segundo Luiz Lauro Filho (PSB-SP), ele e José Carlos Aleluia (DEM-BA) terão a missão de se contrapor a presidente Dilma Rousseff, que planeja usar parte de seu discurso de até cinco minutos numa conferência da ONU, nesta sexta-feira, para se dizer vítima de um “golpe de Estado”.
“Fomos informados de que a presidente, até de forma errônea a meu ver, pegaria o tempo dela numa convenção para falar de acordo climático [Acordo de Paris] para mais uma vez tentar dizer ao mundo que seu processo de impeachment é um golpe. Não é. Ela teve amplo direito de defesa. Dilma tem batido nessa tecla de maneira insistente e chata”, disse o deputado paulista à reportagem.
Presidente do DEM baiano, Aleluia espera que a presença da dupla “iniba” Dilma. “Se ela não tratar do assunto [na ONU], estará respeitando as instituições brasileiras.”
A reportagem apurou com um assessor presidencial que a mandatária evitará um “discurso panfletário” e colocará a mudança climática no centro de sua fala, mas planeja inserir citações “elegantes e sutis” sobre sua situação política.
Aleluia argumenta: “Se fosse golpe para colocar o vice no poder, como a presidente viajaria para entregar o cargo a ele? Ela mesma dá prova de que é um processo constitucional”, afirma, lembrando que Michel Temer está como presidente interino até Dilma voltar de viagem.
Segundo Aleluia, o ex-chanceler Antonio Patriota, atual representante brasileiro na Organização das Nações Unidas, tem “criado todo tipo de dificuldade” para lhes conseguir “a credencial”. “A que ele nos oferece [que daria direito a circular pela ONU] não nos satisfaz”, afirmou. A reportagem não conseguiu contato com o diplomata.
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