Cruz Vermelha apela para cessar-fogo imediato no Iêmen

Agência de ajuda humanitária apela por abertura de rotas por pelo menos 24 horas e afirma que três carregamentos com assistência médica estão bloqueados pela coalizão militar liderada pela Arábia Saudita.
DW
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) apelou neste sábado (04/04) para um cessar-fogo imediato de 24 horas no Iêmen, para viabilizar a entrega de ajuda médica necessária. A situação humanitária no país é crítica, segundo a entidade, e feridos estariam morrendo.

"Todas as rotas, aéreas, terrestres ou marítimas, devem ser abertas imediatamente por pelo menos 24 horas para permitir que a ajuda chegue às pessoas que estão isoladas, depois de mais de uma semana de intensos ataques aéreos e ferozes combates no solo por todo o país", disse o CICV, em comunicado.
"Precisamos urgentemente de uma suspensão imediata dos combates para permitir que as famílias nas áreas mais afetadas, como Aden, possam sair para conseguir água e comida, ou procurar cuidados médicos", disse o chefe de operações da Cruz Vermelha para o Oriente Médio, Robert Mardini. "Para os feridos, as chances de sobrevivência dependem de uma ação dentro de horas, e não de dias."
Segundo a porta-voz Sitara Jabeen, a agência de ajuda humanitária está negociando com todas as partes. Mais cedo, a Cruz Vermelha, disse que a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita e responsável pelos bombardeios no Iêmen ainda estava bloqueando três carregamentos de ajuda.
"A situação está ficando pior, a cada hora que passa as pessoas estão morrendo no Iêmen", disse Jabben. "Mas, pelo fato de termos tido uma evolução positiva em nossas discussões, estamos esperançosos em obter todas as autorizações necessárias até o domingo", acrescentou.
O comitê está buscando garantias de segurança para dois aviões com destino a Sanaa, um com suprimentos médicos para até três mil pessoas feridas e outro com 48 toneladas de suprimentos médicos e para saneamento de água, bem como um barco para levar uma equipe cirúrgica para Aden.
A coordenadora de ajuda da ONU, Valerie Amos, disse na quinta-feira que 519 pessoas foram mortas nos combates nas últimas duas semanas, e quase 1.700 ficaram feridas, sem especificar se esses números incluíam combatentes.
PV/rtr/ots

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