Políticas sociais brasileiras atraem delegações de 92 países

O sucesso das políticas brasileiras de proteção social e os avanços na redução da pobreza têm atraído cada vez mais países interessados em reduzir as desigualdades. Entre 2011 e 2014, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) recebeu 345 missões de 92 países. Desse total, 95% vieram de países em desenvolvimento.



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Desde 2011, Brasil recebeu 345 missões interessadas no intercâmbio de experiências em desenvolvimento socialDesde 2011, Brasil recebeu 345 missões interessadas no intercâmbio de experiências em desenvolvimento social
 As delegações estrangeiras querem aprender com a experiência em política social do Brasil, incluindo lições sobre o que funcionou e a maneira como as soluções inovadoras do programa Bolsa Família e do Plano Brasil Sem Miséria foram colocadas em prática.

O resultado dessas políticas articuladas foi a superação da extrema pobreza em termos de renda no país.

Trinidad e Tobago, por exemplo, foi um dos países com interesse no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal, instrumento que, além de identificar e caracterizar os brasileiros mais pobres, permite ao poder público agir para diminuir sua pobreza, nas várias dimensões em que ela se manifesta.



“O Cadastro Único é uma das chaves do sucesso da estratégia de combate à pobreza, porque as informações são usadas também para os programas de outros ministérios e dos governos estaduais e municipais”, explica Cláudia Maciel, chefe da Assessoria Internacional do MDS.

Já os representantes de Cuba vieram ao Brasil conhecer aspectos da transparência e do controle social do Bolsa Família. Também demonstraram interesse pela forma como é feito o pagamento do programa, diretamente aos beneficiários por meio de cartão bancário, e pelo impacto positivo no crescimento econômico – cada real investido no Bolsa Família estimula um crescimento de R$ 1,78 no PIB.

O interesse internacional e o sucesso dos programas brasileiros fizeram com que o Brasil fosse escolhido pelo Banco Mundial para sediar uma das experiências de plataformas virtuais de conhecimento promovidas pelo organismo, a World Without Poverty (Mundo sem Pobreza).

A WWP elabora documentos e produz material multimídia sobre o desenho, a implementação e os instrumentos inovadores de gestão de diversos programas e ferramentas sociais, e possibilita o compartilhamento, com o resto do mundo, de lições extraídas da experiência brasileira.

A iniciativa resulta da parceria entre o MDS, o Banco Mundial, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (International Policy Centre for Inclusive Growth - IPC-IG).

Cooperação

Segundo Cláudia Maciel, com a vinda das delegações, foi possível firmar acordos de cooperação técnica, em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Coordenação-Geral de Ações de Combate à Fome (CGFOME) do Ministério das Relações Exteriores.

Entre 2011 e 2014, foram nove projetos de cooperação bilateral, dois projetos de cooperação trilateral, com intermediação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e um projeto de cooperação com o Instituto Social do Mercosul (ISM).

Um deles é o PAA África, iniciativa inspirada no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do MDS que compra alimentos produzidos pela agricultura familiar para a merenda escolar.

O projeto ajuda países africanos a aproveitar a experiência brasileira de segurança alimentar e nutricional para o desenho de suas próprias estratégias de desenvolvimento.

Além dos projetos de cooperação, o MDS promove seminários internacionais para atender à demanda crescente dos países pelas tecnologias sociais brasileiras.

Desde 2012, já foram promovidas nove edições do seminário “Políticas Sociais para o Desenvolvimento”, com a participação de 66 delegações de 47 países.

Durante o evento, os estrangeiros têm a oportunidade de visitar propriedades da agricultura familiar e bancos de alimentos, além de conhecer equipamentos relacionados aos programas sociais, como os Centros de Referência de Assistência Social (Cras).

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

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