Táticas de “mudança de regime” aplicadas pelos EUA
De Hong Kong para Xinjiang: Beijing está se recuperando das “Táticas de Mudança de Regime” de Washington
Embora tenha um nome novo e atraente, a recente “revolução” em Hong Kong (The Umbrella Revolution) seguiu um padrão norte-americano muito familiar de engenharia de desestabilização e mudança de regime. Os chineses sabem muito bem disso!
Agora sabemos que a Rússia também sabe das formas e meios de “mudança de regime” que o império do caos usa cada vez mais para garantir a sua supremacia. Isso ficou claro no discurso de Putin no Valdai Club no final de outubro passado:
Aliás, no momento, os nossos colegas [os EUA] tentaram gerir de alguma forma esses processos, utilizar conflitos regionais e desenhar “revoluções coloridas” para atender aos seus interesses, mas o gênio escapou da garrafa. Parece que os próprios pais da teoria do caos controlado não sabem o que fazer com ele; há desordem em suas fileiras.
A China também tem sido alvo de tentativas de mudança de regime, tanto na província de Xinjiang, no oeste da China e agora recentemente em Hong Kong. A questão é o quanto os chineses estão cientes do papel dos Estados Unidos nestes movimentos de protesto? Um vídeo recente no YouTube (no fim do parágrafo, com legendas em inglês) deixa bem claro que os chineses estão lendo o jogo de xadrez geopolítico muito bem, se os pontos de vista apresentados também refletem as opiniões do povo chinês em geral. O vídeo mapeia 12 passos que os EUA usam para mudança de regime e explica como essas “mudanças de regime” em todo o mundo estão antagonizando a Rússia e a China e seguem um padrão que pode levar à Terceira Guerra Mundial.
Os 12 Passos para a mudança de regime, empregados pelos EUA descritos no vídeo:
1. Despachar oficiais da CIA, MI6 e outros agentes da inteligência estrangeira disfarçados como estudantes, turistas, voluntários, empresários e jornalistas para o país alvo. (Atualmente o Embaixada dos EUA em Brasília dispõe de cerca de 500 agentes da CIA, ou simplesmente pagos pelos EUA com o objetivo fixo de subornar, orientar e comandar a 5ª coluna implantada no Brasil).
2. Instalação de organizações não-governamentais (ONGs), sob o pretexto de humanitarismo para lutar por “democracia”, “direitos humanos”, “ecologistas” Para atrair os defensores da liberdade e dos ideais. (No Brasil usam ONGs como Greenpeace, HRW, Anistia Internacional, NED, entre centenas de outras [Nrc]).
3. Atrair traidores locais e, especialmente, acadêmicos, políticos, jornalistas, militares, etc., ou através de suborno, ou ainda ameaçar aqueles que têm alguma mancha em sua vida. (Chantagem pura e simples [Nrc]).
4. Se o país de destino tem sindicatos e centrais sindicais, suborná-los ou cooptá-los.
5. Escolher um tema cativante ou cor para a revolução. Exemplos incluem a Primavera de Praga (1968), Revolução de Veludo (Europa Oriental, 1969), Revolução Rosa (Geórgia, 2003), Revolução do Cedro (Líbano, 2005), Revolução Laranja (Ucrânia), Revolução Verde (Irã), Revolução Jasmin, Primavera Árabe e mesmo os protestos em Hong Kong da Revolução Guarda-Chuva.
6. Iniciar protestos por quaisquer razões para começar a revolução. Poderia ser direitos humanos, democracia, corrupção do governo ou de fraude eleitoral (no Brasil usaram o aumento das passagens de ônibus urbanos em São Paulo/junho/2013 numa tentativa de golpear os governos federal e municipal, ambos do PT [Nrc]). As evidências não são necessárias; qualquer motivo serve.
7. Escrever cartazes de protesto e faixas em inglês para deixar que norte-americanos, europeus e políticos desses países vejam os manifestantes civis destes países envolvidos nos protestos.
8. Deixar os políticos corruptos, os intelectuais e líderes sindicais se juntarem aos protestos e fazer apelo a todos os eleitores com quaisquer queixas para que adiram ao movimento.
9. As mídias dos EUA e europeias continuamente estarão enfatizando que a revolta é causada pela “injustiça” ganhando assim o apoio da maioria no mundo ocidental.
10. Quando o mundo inteiro estiver assistindo, pode-se cometer um atentado de falsa bandeira (como no caso do vôo MH17 na Ucrânia, ou na morte de centenas de pessoas por armas químicas na Síria [Nrc]). O governo alvo em breve será desestabilizado e perderá o apoio do povo.
11. Agregar agentes provocadores violentos (como os atiradores treinados e pagos pela CIA que mataram centenas de pessoas na Praça Maidan em Kiev [Nrc]) para provocar a polícia a usar a força. (Tudo devidamente reportado e manipulado pela imprensa-empresa ocidental [Nrc]). Isso fará com que o governo alvo perca o apoio de outros países e se torne “deslegitimizado” pela “comunidade internacional”.
12. Enviar para os EUA, a UE e ONU petições para que o governo alvo enfrente a ameaça de sanções econômicas, zonas de exclusão aérea e até mesmo ataques aéreos e uma insurreição rebelde armada. (Tal como Irã, Síria, Líbia, Rússia, Venezuela, e muitos outros países [Nrc]).
Tumultos em Hong Kong em 18/10/2014 |
Qualquer pessoa que presta apenas um pouco de atenção nos eventos mundiais pode reconhecer esse padrão. Psicopatas não são muito criativos e, portanto, tendem a usar o mesmo método repetidas vezes. E isto trabalha principalmente para o benefício dos psicopatas no poder, a quem não importa que na mudança de regime a sua atuação fique exposta após a instalação de um governo fantoche. A mídia subserviente estará sempre à disposição para promover a propaganda e derrubar quaisquer opiniões contrárias a mão de quem esteve por trás da cortina, e sempre partem para xingamentos quando faltam argumentos. Um exemplo de como isso funciona em relação aos protestos de Hong Kong pode ser visto aqui:
A memória do público é convenientemente muito curta, e isso ainda com toda a distração que Hollywood, os meios de comunicação social e da Lei Geral podem criar em acima.
O vídeo continua:
Se os 12 passos acima não funcionarem, então os EUA encontram uma desculpa para intervir militarmente e derrubar o governo pela força. De fato, estes passos têm provado ser muito eficazes. (Temos os recentes exemplos do Iraque, Afeganistão, Líbia, Mali, Somália, Iêmen, Síria, Paquistão, só pra mencionar os mais óbvios... [Nrc]).
[...]
Anson Chan (C) e Martin Lee (E), 5a. Coluna de Hong Kong, reunidos com a NED em abril de 2014 |
Portanto, não é por movimentos civis espontâneos que os governos são derrubados. Pelo contrário, as revoltas são cuidadosamente planejadas e traçadas. De fato, derrubar um governo por meio de agitações civis é muito mais barato do que o envio de tropas para atacar e destruir. É por isso que os EUA mantiveram a aplicação destas 12 medidas contra países que consideram como inimigos.
Embora o vídeo culpe os maçons, seria mais correto dizer que é a elite patológica. Uma das principais características definidoras desta subespécie é o fato de que eles não têm consciência e, portanto, não se importam com o sofrimento humano e mortes. Poderia até ser argumentado que eles apreciam todo este sofrimento.
Como sempre, a responsabilidade recai sobre nós a aquisição de conhecimentos para acordar deste pesadelo, e o fato de que existem predadores entre nós que não têm qualidades humanas essenciais. Isso está se tornando mais fácil, pois o império do caos, em sua luta desesperada para manter a hegemonia, está mostrando a sua verdadeira natureza aos olhos de todos. Assim, o imperador é exposto por estar nu.
Da esq. p/ a dir., Putin, Modi, Dilma, Xi e Zuma |
Os países BRICS e uma série de outros países estão se tornando conscientes disso. Não há dúvida de que uma maior cooperação entre esses países tem ajudado a difundir o conhecimento sobre o modus operandi dos psicopatas. O vídeo acima é um exemplo da exposição deste padrão.
20/11/2014, [*] Aeneas Georg – Global Research
Traduzido por Marcos Rebello
Texto publicado originalmente no blog Juntos Somos Fortes
POSTADO POR CASTOR FILHO
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