Quem mudou? Kátia Abreu ou o MST?
Kátia não planta e se beneficia de esquema
No vermelho, 23 DE NOVEMBRO DE 2009
A reportagem da revista Carta Capital que denuncia suposto privilégio da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) na aquisição de terras no Estado repercute na imprensa nacional.
O blog do jornalista Paulo Henrique Amorim destaca: "Kátia, que é inimiga do MST e quer derrubar governadora, compra terra no grito e não planta nada". "A Carta Capital que chega hoje às bancas traz reportagem de Leandro Fortes (*), na pág. 26 , sobre um “golpe contra camponeses: reforma agrária às avessas tirou terras de pequenos agricultores e as entregou a figurões como a senadora Kátia Abreu”", diz o jornalista da Rede Record.
Outro que abordou o tema é o jornalista Luiz Nassif, que assim definiu Kátia Abreu: "Durante algum tempo, a senadora Kátia Abreu parecia um sopro de renovação – apesar do discurso radical". "A matéria do Lenadro Fortes, na Carta Capital desta semana, mostra que a senadora faz parte do faroeste que domina alguns estados com Poder Judiciário enfraquecido – como é o caso de Tocantins. A matéria mostra o golpe que foi dado em pequenos sitiantes, expulsos de terra em que moravam há décadas. Depois, as terras foram vendidas a preço de banana para políticos como a Kátia. Se fosse nos Estados Unidos, a Suprema Corte já teria se manifestado a intervido. Não sei se a nossa foi provocada sobre o tema", escreveu Nassif.
Produção
Ainda conforme Amorim, Kátia e o irmão "compraram na bacia das almas terras de pequenos proprietários que conseguiriam provar a posse da terra, se houvesse uma Justiça diferente da que existe no estado de Tocantins". "A Senadora Kátia Abreu contou com a inestimável colaboração do governador tucano de Tocantins, Siqueira Campos. Além das peripécias legais que ajudaram a Senadora a comprar 1,2 mil hectares por menos de R$ 8, o hectare, há o agravante de as terras que pertenciam ao pequeno proprietário Juarez Vieira Reis, de Campos Lindos, e hoje pertence a ela, não produzirem nada", diz o jornalista, que complementa: "É um latifúndio improdutivo, que passará a ser objeto de reforma agrária, assim que o Governo atualizar os critérios de aferição da produtividade da terra – como pleiteou o MST".
Amorim classifica de "malabarismo legais" o negócio. "Deve ser esse um dos motivos por que a Senadora parece mover uma ofensiva militar contra o MST, sob a forma de uma CPI. Os malabarismos legais que permitiram o trem-da-alegria que resultou nessa apropriação de terras são objeto de um pedido de intervenção federal em Tocantins, por um procurador federal, Álvaro Manzano. Deve ser por isso, também, que a Senadora do latifúndio improdutivo tenta o impeachment da Governadora Ana Julia, do Pará, porque ela não tinha como atender pedido de Gilmar Dantas (**): agir imediatamente para desocupar terras ocupadas".
O jornalista cita ainda no texto o banqueiro Daniel Dantas. "Como se sabe, o MST ocupou terras de Daniel Dantas no Pará, onde ele, por cima, finge criar gado e, por baixo, explora riquezas mineiras. Leandro Fortes também informa que o Corregedor do Conselho Nacional de Justiça vai divulgar relatório que demonstra como em Tocantins os processos judiciais contra poderosos andam com a celeridade inversa à dos HCs de Dantas no Supremo", finaliza.
Fonte: Cleber Toledo
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