Urariano Mota: O retrato cubista de Marina Silva

Em sua coluna Prosa, Poesia e Política, o jornalista e escritor pernambucano Urariano Mota faz uma análise da candidata à presidência da República, Marina Silva, do PSB. “Notem que ela substitui uma harmonia de ideias e valores partidários por uma seleção de melhores. Ótimo, para os ingênuos. Mas sob qual critério, os melhores serão eleitos por Marina, ela própria, que se acha a melhor dos melhores?”

Por Ramon de Castro, para a Rádio Vermelho


  
“E continua a rara orquídea decomposta em faces de um cubo: Ela criará o ‘Estado Mobilizador’, mas que diabo será isso? Uma injeção para uma corrida de 100 metros rasos? Não, é o Estado que nem é mínimo nem é provedor – e provedor vocês sabem o que é: é o Estado do Minha Casa, Minha Vida, por exemplo. Já o Estado Mobilizador é aquele capaz de mobilizar a iniciativa privada, empreendedorismo social, no atendimento das necessidades da população, porém onde já se viu a iniciativa privada atender às necessidades da população? O valor do empresário, daqueles mais empreendedores, é o lucro. Ponto”, enfatiza Urariano.

“No debate da Band ela cravou: ‘Quero combater essa visão de apartar o Brasil, de que temos de combater as elites. O Guilherme, da Natura, faz parte da elite, mas os ianomâmis também. A Neca é parte da elite, mas o Chico Mendes também é parte da elite. Essa visão tacanha de ter de combater a elite deve ser combatida’. Meus amigos, essa eu vi e ouvi. Isso valeria para um atestado de óbito de um ex-militante socialista. Mas em Marina é apenas mais uma absurda face. A Neca, no caso, é acionista e herdeira do Banco Itaú, que para Marina é apenas uma educadora social. O Guilherme é um chapa, um cara legal, desinteressado, que não joga dinheiro fora por nada, só por amor ao retrato de Dora Maar. E Chico Mendes, bem, é aquele cara que foi morto na luta na floresta. Mas todos estão juntos e na elite, lado ao lado dos ianomâmis. Não é piada, é um escárnio, que já vem pronto”, comentou o escritor.

“Nesse novo retrato dos últimos tempos, Marina é a encarnação de um amontoado de faces. Da falsa viúva à madona falsa, mas sempre de cabelos presos e com bastante pudor. Daqueles que a direita brasileira adora”, concluiu Mota.

Ouça a coluna na íntegra na Rádio Vermelho:



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