POR FERNANDO BRITO · 17/07/2018 . O estado de perplexidade de setores da classe média que apoiaram o golpe é quase palpável em certos bairros do Rio. Deve acontecer o mesmo em São Paulo, acredito, e as fotos da quilométrica fila de pessoas em busca de emprego, estampadas hoje nas capas do Estadão e da Folha, como foi ontem, neste blog, são, certamente, produto deste sentimento. Dois anos e pico após a “redenção” do país do comunismo, populismo, bolivarianismo e outras idiotices que repetiam para deslegitimar o resultado das urnas, o que se tem é um quadro em que as esperanças desceram a quase zero e espalhou-se a convicção geral de que tudo ainda vai piorar. As ruas, velozmente, coalharam-se de viventes embrulhados em cobertores, de pedintes de todo o tipo – ando vendo-os onde jamais estiveram, como nos vagões do Metrô – e o grau de desordem e de violência, malgrado mais e mais polícia e até Exército, só faz aumentar.