POR FERNANDO BRITO · 02/09/2018 . Os que não são do Rio e não o conhecem, talvez não possam fazer ideia do que arde, neste momento, na Quinta da Boa Vista, no bairro de São Cristóvão, junto ao centro do Rio. Não é apenas o prédio histórico que abrigou a corte portuguesa, logo depois de sua chegada ao Brasil, em 1808. É um dos maiores acervos museológicos da América Latina. Imensas e detalhadas coleções de fósseis, mas também de animais e vegetais do presente (ou quase, pois muitos já não se podem encontrar mais, agora). Há muito tempo uma bomba-relógio: prédio de mais de 200 anos, com estruturas de madeira, fiações em “gambiarra”, fechando uma após outra as salas de pesquisa e de exposição, deterioradas. Bomba mesmo, porque algumas coleções são guardadas em álcool, como têm de ser, fazendo de cada pote um explosivo. E, de uns tempos para cá com o gatilho armado, com o corte de verbas essenciais.