STF dá ovo de Páscoa ao governo. Por Helena Chagas

Jurista Luiz Edson Fachin. Foto Orlando Brito

Não tem ovo de Páscoa de Edson Fachin esta semana, conforme esperavam alguns, sobretudo os políticos que achavam que o relator da Lava Jato no STF poderia antecipar ao menos os nomes dos sete felizardos que terão suas ações arquivadas. Mas Fachin está no Paraná e tudo indica que nem virá a Brasília esta semana.

Afinal, o país pode estar pegando fogo, mas não há nada mais certo na face da terra do que os feriados do Poder Judiciário. Nesta semana de Páscoa, a folga para a maioria dos brasileiros começa na sexta-feira – os mais sortudos ainda levam a quinta -, mas no Supremo e demais tribunais começa na quarta. O que quer dizer que não haverá sessões desde segunda – e que a maioria dos ministros não vai dar as caras por aqui.

Nas duas outras pontas da Praça dos Três Poderes a folga é menor. Michel Temer e companhia estão no Planalto, em reuniões sucessivas na tentativa de fazer andar a reforma da Previdência. No Congresso, a Câmara vai tentar votar nas próximas horas o projeto do novo regime fiscal dos estados – missão  complicada.
É apenas aparente o contraste entre a folga do Supremo e a pressa do Planalto e do Congresso esta semana. São os dois lados da mesma moeda: governo e base aliada correm para adiantar votações e articulações de seu interesse porque sabem que, após a suspensão do sigilo das delações da Odebrecht, tudo vai ficar muito mais difícil. O STF, por sua vez, dá um ovo de Páscoa ao Planalto sob a forma de mais um tempinho para tocar a vida antes do tsunami.

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