Em Acra, capital do Gana, acumulam-se os detritos tecnológicos do mundo rico. Mais de 30 mil africanos de diferentes idades, crianças incluídas, ocupam-se do conserto e venda de eletrónicos que ainda podem ser recuperados ou da extração de metais valiosos do entulho, entre eles prata, aço e cobre. Os moradores vivem da recolha de computadores, DVDs, celulares etc. Ganham de 20 cêntimos a 10 dólares por dia Por Kauê Lopes Doze mil quilómetros separam Acra, a capital de Gana, do Vale do Silício, Califórnia, Estados Unidos, centro da revolução tecnológica do século XXI. Há, no entanto, outra distância maior do que a geográfica. Acra e o Vale do Silício estão no extremo de um ciclo de vida. Computadores, tablets e telemóveis nascem da cabeça de nerds sob o sol californiano e morrem e são descompostos no distrito de Agbogbloshie, periferia africana.