Os espectros de 32
O movimento de 1932 é incompreensível sem se perceber, entre seus condimentos, o ideal retroativo de restabelecer o poder e o jogo antigo das oligarquias. Flávio Aguiar A revolta de 1932 em São Paulo semeou vários espectros pela história brasileira. Lembro-me, por exemplo, de declarações inflamadas de que a “Revolução de 1964” realizara os “ideais de 32”. Em parte isto era verdade. Um dos ideais dos revoltosos em 32 era a organização de uma frente oligárquica entre São Paulo e Minas, com apoio no Rio de Janeiro, para expulsar Getúlio Vargas do Palácio das Laranjeiras, que era então a sede do governo federal. Ainda guardo comigo uma preciosa edição especial da revista Manchete, de abril de 1964, saudando a união de São Paulo, Minas e Rio para expulsar não mais Getúlio, que já deixara a vida para entrar na história, mas seu “herdeiro” João Goulart, e não mais do Rio de Janeiro, mas de Brasília, a então chamada Novacap.