O declĆnio do Jornal Nacional Ć© irreversĆvel
por : Paulo Nogueira Velhos tempos, com audiĆŖncias de 70% Nos anos 1980, quando eu era um jovem repĆ³rter da Veja, a redaĆ§Ć£o, no sĆ©timo andar do prĆ©dio da Abril na marginal do TietĆŖ, se alvoroƧava quando eram 8 da noite. Uma televisĆ£o, no fundo da redaĆ§Ć£o, comeƧava a passar o Jornal Nacional. A redaĆ§Ć£o parava, mesmo em dias de fechamento, e sĆ³ voltava a funcionar quando o JN terminava. NĆ£o era sĆ³ a Veja que parava. Era o Brasil. O JN tinha entĆ£o 70% de audiĆŖncia, em mĆ©dia. Ćs vezes mais. Ditava a agenda polĆtica e econĆ“mica do paĆs. Roberto Marinho — que na busca de favores da ditadura dizia que a Globo era “o maior aliado” dos generais na mĆdia, conforme mostram documentos de Geisel reunidos em livro — teria dito que notĆcia era o que o JN dava.