05 nov 2013/ Por Leonardo Boff Do Blog do ZĆ© Dirceu O dia dos mortos, dois de novembro, Ć© sempre ocasiĆ£o para pensarmos na morte. Trata-se de um tema existencial. NĆ£o se pode falar da morte de uma maneira exterior a nĆ³s mesmos, porque todos nĆ³s somos acompanhados por esta realidade que, segundo Freud, Ć© a mais difĆcil de ser digerida pelo aparelho psĆquico humano. Especialmente nossa cultura procura afastĆ”-la, o mais possĆvel, do horizonte pois ela nega todo seu projeto assentado sobre a vida material e seu desfrute etsi mors non daretur, como se ela nĆ£o existisse. No entando, o sentido que damos Ć morte Ć© o sentido que nĆ³s damos Ć vida. Se decidimos que a vida se resume entre o nascimento e a morte e esta detĆ©m a Ćŗltima palavra, entĆ£o a morte ganha um sentido, diria, trĆ”gico, porque com ela tudo termina no pĆ³ cĆ³smico. Mas se interpretarmos a morte como uma invenĆ§Ć£o da vida, como parte da vida, entĆ£o nĆ£o a morte mas a vida constitui a grande interrogaĆ§Ć£o.