Proposta de Bolsonaro para IR: saiba quanto você pagará a mais

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Uma das propostas do candidato Jair Bolsonaro (PSL), defendida por seu fiel escudeiro e assessor para assuntos econômicos Paulo Guedes, é  a criação de uma alíquota única do Imposto de Renda para pessoas físicas, de 20%. Isso quer dizer que quem tem renda de até R$ 10 mil  vai pagar mais imposto, enquanto os muito ricos pagarão menos imposto. O resultado? Mais desigualdade social.

Atualmente, a alíquota de imposto de renda varia conforme a faixa de rendimentos. Quem ganha até R$1903,98 é isento, e a partir daí a alíquota cobrada é crescente, aumentando progressivamente de 7,5% para 27,5% – para quem ganha mais de R$ 4.666.  Com a faixa única de tributação, todos pagarão 20%, sem progressividade na cobrança. Como mostra a tabela acima, isso afeta negativamente a todos que ganham até R$ 10.000. Acima desse valor, a perspectiva se inverte: quanto mais a pessoa ganha, menos ela pagará de imposto. Alguém com o rendimento médio de R$ 4 mil vai pagar mais que o triplo de imposto: de R$ 263 para R$ 800, enquanto quem ganha R$ 30.000 pagará R$ 1380 a menos de imposto.
Diante da péssima repercussão da proposta, Paulo Guedes,  afirmou que iria “apenas” congelar a tarifa máxima do IR para 20%. O problema é que, para especialistas, as duas versões aumentam o abismo entre ricos e pobres, além de não trazerem benefício algum do ponto de vista fiscal, segundo artigo do El País.
Na primeira proposta, a alíquota de quem ganha até 2.800 por mês saltaria de 7,5% para 20%, ou seja, seria quase três vezes maior da praticada hoje. Na segunda não muda a vida de quem ganha menos, mas, mais uma vez, auxilia os que estão no topo da pirâmide.
De acordo com jornal, de qualquer maneira, as duas propostas de Paulo Guedes ferem o princípio da progressividade no imposto de renda, uma das premissas da Reforma Tributária Solidária – um projeto que analisa profundamente o sistema tributário brasileiro e dos principais países do mundo, escrito por 40 especialistas no assunto. Quem ganha mais deve pagar mais, quem ganha menos, deve pagar menos.
Quando se diz que a alíquota do IR praticada no Brasil é alta, não se considera que é ela é muito menor do que vários países que fazem parte da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico): Bélgica (50%), Holanda (52%), Suécia (57%), Argentina (35%) e Chile (40%).
“Assim, podemos ver claramente que o problema não mora em termos uma alíquota alta de imposto de renda e, sim, que ela pese demais para a camadas de mais baixo poder aquisitivo –ou seja, a grande maioria do povo brasileiro, pois, atualmente, a renda média do país é de 2.000 reais”, afirma o artigo.
Com Informações do lula.com.br - 21/09/2018

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