Sindicalista celebra retirada da PEC da Previdência: derrota sem tamanho para os golpistas

REVÉS GOVERNISTA
Proposta de "reforma" foi retirada em definitivo da pauta por determinação do presidente do Senado, Eunício Oliveira, em função da intervenção federal no Rio de Janeiro

por Redação RBA publicado 19/02/2018

MÍDIA NINJA
retirada da PEC 287
São Paulo – O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou na tarde desta segunda-feira (19) que a determinação de retirada definitiva da proposta de "reforma" da Previdência da pauta do Congresso Nacional representa "uma derrota sem tamanho para os golpistas. É uma vitória que mostra a força dos trabalhadores brasileiros". A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 foi arquivada por determinação do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Assim, pode não mais ser posta em pauta este ano.
"Isso é resultado da mobilização dos trabalhadores organizados. Tiramos a jóia da coroa dos golpistas. Essa que era a principal cobrança dos bancos que apoiaram o golpe", disse Vagner.
Ele ressaltou as inúmeras mobilizações, paralisações e manifestações realizadas pelas centrais sindicais e os movimentos sociais desde que o governo enviou a PEC para o Congresso Nacional, em dezembro de 2016. "Demonstra que tivemos imensa capacidade de enfrentar o golpe e a destruição do Estado democrático de direito. Fizemos lutas importantíssimas e esse é o resultado", afirmou.

Para o presidente da CUT, os sindicatos e movimentos sociais conseguiram desmentir a ideia de que a Previdência iria acabar e vencer o debate "contra a Globo, os empresários e os dólares que irrigaram a campanha em defesa da reforma".
Freitas avalia que a intervenção federal decretada pelo governo de Michel Temer  teve por objetivo construir uma "saída honrosa" para a derrota na tentativa de aprovar a PEC 287. Ele não descarta, porém, que isso possa servir para um novo movimento de consolidação do quadro de ruptura democrática. "Não podemos jogar fora a hipótese de estarem construindo uma saída militar para manutenção do golpe. No entanto, essa retirada de pauta escancara que o governo Temer, mesmo comprando os deputados, não tinha votos", defendeu.
Com a decisão do presidente do Senado, 190 PECs deixam de tramitar, entre elas a do fim do foro privilegiado. A decisão vale até 31 de dezembro, mesma data do decreto de intervenção. Se o decreto for revogado, as PECs podem voltar a tramitar. Porém, o presidente do Senado descartou que possa haver uma suspensão temporária apenas para votar a "reforma da" Previdência.


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