Golpistas querem fechar a EBC

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na Folha - 11/06/2016

O impasse entre o presidente interino Michel Temer e a direção da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), coordenada pelo jornalista Ricardo Mello, levou o Planalto a discutir alterações na TV pública estatal.

Mello foi nomeado pela presidente afastada Dilma Rousseff dias antes de ser tirada do cargo. O governo interino tentou trocar a direção da EBC, mas uma liminar do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), reconduziu o jornalista.

Desde então, alguns ministros, como o da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, passaram a extinção da a estatal. A informação foi revelada pelo colunista Jorge Bastos Moreno, de "O Globo".


Não há, porém, consenso ou decisão fechada. O plano A do governo continua sendo derrotar no Supremo a volta de Mello para, a partir daí, fazer reformular a EBC. O principal entrave à extinção do órgão são os cerca de 2.000 servidores da estatal.

A tese da reestruturação, vista com bons olhos por alguns dos principais interlocutores de Temer, prega que a TV passe a usar mais os servidores, pondo fim à contratação de terceiros que, afirmam, "custam muito, mas não agregam audiência".

Outra ideia é estimular parcerias com outras TVs controladas por governos estaduais, como a TV Cultura (SP), hoje sob o comando de Geraldo Alckmin, do PSDB, sigla aliada a Temer. Ironicamente, neste sábado Alckmin defendeu a extinção da EBC, que a chamou de "a TV do Lula". "Tem é que fechar a EBC. É a TV do Lula. Não tem a menor justificativa e não tem audiência. É preciso mudar essa concepção porque a cada dia cria custo", disse.

Os defensores da reestruturação dizem que parcerias poderiam contribuir para a diminuição de custos e ampliar as chances de a TV buscar fontes de financiamento. Outra ideia é minimizar o que integrantes do governo Temer classificam como "viés político" da emissora e investir em prestação de serviços, levando ao ar programas como o a TV Escola.

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