Muita gente pensa que, como gênero, a marchinha de carnaval estaria em extinção. Não está! Se fosse preciso, a seleção aqui apresentada demonstra esta verdade.
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O Vermelho selecionou cinco marchinhas contemporâneas para animar o Carnaval
São marchas quer estão absolutamente dentro da tradição temática do gênero, e que não perdem a chance de rir dos acontecimentos, das pretensões da direita e dos conservadores que querem travar qualquer progresso que beneficie os brasileiros.
O Vermelho selecionou cinco marchinhas contemporâneas para animar o CarnavalRetomam as dores do amor de sempre, mas os motivos do riso são, com força, os males da política. Prosa, Poesia e Arte fez uma seleção de marchinhas lançadas em 2016, entre elas a Veja, interpretada pela jornalista do Vermelho, Railídia Carvalho!
Vale a pena conferir:
Veja (Danilo Medeiros / Fernando Szegeri)
Veja que tamanha hipocrisia / A falácia é tua linha de conduta / A mentira o alicerce dessa atroz alegoria / A intriga tua cicuta / Tua inspiração é a torpeza / Vendes por virtude covardia / Arde em teu peito a pira de ódio acesa / a calcinar tua valia / Veja quem a comprou tua coragem? / Onde foi tua grandeza? / Como resgatar a honestidade / Soterrada entre escombros da avareza? / Quem alienou o teu juízo? / Veja onde está tua verdade? / Te arrastas sobre espinhos / Tão pérfidos, daninhos / que plantaste em teu jardim de soledade.
Xinga o Cunha
No Brasil de muitos Chicos quem xinga o Cunha sou eu / Sou eu, sou eu, sou eu / Quem grita bem alto aqui que o golpe já morreu / Pimenta no Cunha dos outros é refresco / É refresco, é refresco / Bate panela pra mudança, pra mudança / E se afoga cada vez que esse Cunha dança / E se afoga cada vez que esse Cunha dança / Ô Cunha, Ô Cunha, não me leve a mal / Quem está no seu encalço é o japonês da federal.
Impitiman, meu zôvo
No Cunha dos outros é refresco / Coxinhas espalhadas pelo chão / A fome jaz para o meu povo / Impitiman, meu zôvo / Na cueca não, na cueca não / Pia o piu piu com bico de pelicano / Na meia não, na meia não / A bactéria do chulé também gritando / Na bolsa uma rodadinha / Depois uma rodinha fazendo uma oração / Orar após o roubo enjoa qualquer um / Seja ateu, seja cristão.
Ô Culpa o Cunha
Calar a boca do povo é o que você quer / Trabalhador não é bobo, não precisa de colher / Se temos o tambor não tem censura doutor / Temos cultura na raça, ginga meu senhor / Se não tem alegria, a nossa folia vai ter que escutar / Se não tem alegria, vai já pra Suiça, deixa de de piti / Vai, vai enRollemberg e leva o Cunha pra ti.
Adeus Amélia
Améila não existe mais / O mundo mudou meu amor / Não queira que eu seja ela / Adeus, Adeus Amélia / João cozinhe o seu feijão / Torquato guarde o seu sapato / Fora Cunha, Fora Cunha.
Do Portal Vermelho, José Carlos Ruy
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