Mansão triplex de herdeiros da Globo: Aparece outra offshore "Moussack Fonseca" no endereço.

Leia também "Mansão de donos da Globo é alvo da Lava Jato no esquema Mossack Fonseca" para compreender melhor esta nota.

Por Zé Augusto - 15/02/2016


No dia 29 de janeiro o Jornal Nacional fez matéria de 4 minutos e meio, sobre Eliana Pinheiro de Freitas, que consta como procuradora da empresa offshore Murray Holdings, sediada em Las Vegas sob controle panamenho, que comprou um apartamento no Guarujá investigado na operação Triplo-X, dentro da Lava Jato.

Pois Lúcia Cortes Rosemburgue (ou Lúcia Cortes Pinto *) faz o mesmo papel de Eliana na empresa offshore Veincre LLC, dona da Agropecuária Veine no Brasil, que é dona da mansão triplex de praia da Marinho. Ou seja, é procuradora da offshore.





Segundo os documentos, Lúcia Cortes mora na Rua Grajaú, no Rio de Janeiro. O endereço está em documentos e é um edifício de classe média, em bairro de classe média no Rio de Janeiro, compatível com o perfil de uma funcionária pública com nível superior aposentada como servidora do INSS. Mas causa estranheza ser quem responde pela empresa offshore em Las Vegas, controlada no Panamá, que é dona de uma mansão para bilionários.

Na reportagem, o JN chamou o esquema da Moussack Fonseca de fábrica de lavanderias de dinheiro e chamou Eliana de "laranja". Pois a offshore Veincre LLC em Las Vegas, administrada pela outra offshore panamenha Camille Services S.A., usada para adquirir a mansão triplex dos Marinho em Parati foi criada no mesmo esquema Moussack Fonseca.

A mesma Lúcia Cortes, do mesmo CPF e mesmo endereço no bairro carioca do Grajaú, aparece como sócia de 10% da empresa BARRACUDA PATRIMONIAL E INVESTIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA, tendo como administrador o mesmo Jorge Luiz Lamenza, representando a acionista majoritária que é a empresa offshore panamenha "A PLUS HOLDINGS INC", também criada no esquema Mossack Fonseca investigado na Lava Jato.

A offshore panamenha "A PLUS HOLDINGS INC" aparece como sócia em outra empresa, a CENTRAL DE CAMPOS PARTICIPAÇÕES LTDA., localizada no mesmo apartamento residencial em Copacabana onde é a sede de Agropecuária Veine: Rua Bulhões de Carvalho, 296, apartamento 601.



A CENTRAL DE CAMPOS PARTICIPAÇÕES LTDA. está ligada ao até recentemente genro de um dos três magnatas do ramo TV mais ricos do Brasil. E está ligada à uma concessão de valiosíssimo espaço público sem licitação no Rio de Janeiro cedido pelo então prefeito César Maia (DEM-RJ). A falta de licitação foi alvo de ação civil pelo Ministério Público Estadual do RJ. Mas vamos deixar isso para outra nota.


(*) Nota explicativa: 
Antes de mais nada, peço cuidado gente para não sair atirando pedras nas pessoas, muito menos nos "bagrinhos" intermediários. Não somos como o PIG para linchar pessoas, nem para assassinar reputação de ninguém. Os nomes citados referem-se a fatos objetivos que estão nos documentos, sem julgar as pessoas. Algumas podem até ter sido apenas usadas, ou se deixado usar sem medir consequências. Há indícios fortes de ilícitos na mansão que precisam ser investigados a fundo, mas sem linchamentos do tempo da inquisição tão moda atualmente.

Em 2004, Lucia Cortes usou o sobrenome Pinto em documentos da Junta Comercial de São Paulo, onde foi criada a Agropecuária Veine e a empresa Barracuda. Porém o mesmo CPF ***.***.377-** dela registrado na Junta, está associado à Lucia Cortes Rosemburque (com a letra "q") em um acórdão do TCU de 2012 sobre aposentadoria de servidores do INSS, mostrando tratar-se da mesma pessoa.

Lembremos que é normal mulheres escolherem mudar o sobrenome quando se casam ou quando se divorciam. Não sei se é o caso.

No CNPJ da Agropecuária Veine, consta como procuradora da offshore Veincre LLC a procuradora Lucia Cortes Rosemburgue (com a letra "g"). Os dados abertos do CNPJ não exibem o CPF dela. Pode ser outra pessoa, nada é impossível. Mas o Diário Oficial da União registra em 2008 a aposentaria da servidora do INSS Lucia Cortes Rosemburgue (com "g") e outra edição de 1997 também, por isso, ao que tudo indica trata-se de erro de grafia em algum lugar, ou no processo do TCU ou no Diário Oficial.

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