No programa eleitoral desta quinta-feira (21), o candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, citou como exemplo de boa administração as “melhorias” na gestão da educação em Minas Gerais e as a redução de custos da máquina do Estado.
Nem o mínimo de investimentos para a Educação o candidato tucano apligou no seu governoEm 2013, o atual governador Antonio Anastasia anunciou uma reforma administrativa que reduziria de 23 para 17 o número de secretarias e extinguiria três autarquias e uma fundação. O que o governo de Minas não falou é que a maior parte da estrutura incluída na reforma foram criadas na gestão de Aécio de Anatasia. E mais: as secretaria não foram extintas, mas fundidas.
Na Educação prevalece o mesmo factoide. Disse que ao cortar gastos pode investir mais na Educação. Mas na gestão Aécio/Anastasia, a participação dos gastos com educação em relação às despesas totais do estado caiu de 19,36% em 2003 para 11,53% em 2012.
Há vários anos o estado não cumpre o investimento mínimo em educação determinado pela Constituição, que é de pelo menos 25% da receita resultante de impostos. Aécio diz que investiu mais, reafirmando isso nos balanços anuais de governo que indicam percentuais superiores a 25%: 28,12% (2009), 27,28% (2010), 30,6% (2011) e 32,59% (2012).
Mas Aécio não diz que a administração estadual inclui indevidamente no cálculo dos gastos em educação outras despesas que não estão diretamente relacionadas à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, como o pagamento de aposentadorias para profissionais inativos do setor.
De fato, se forem excluídos somente as despesas com aposentadoria, os governos de Aécio e Anastasia não conseguem chegar no mínimo estabelecido pela Constituição. Veja: 20,15% (2009), 19,79% (2010), 21,71% (2011) e 22,95% (2012).
Quanto à melhoria da qualidade de ensino ele disse: “Nós definimos metas pra melhorar a qualidade da educação. Simples assim. O aluno atingiu a meta? Aprendeu mais? Professores e todos os envolvidos ganham bônus no final do ano. Isso funciona. Foi assim que nós fizemos”.
Mas não é bem assim. Após ficar estagnada entre 2005 e 2007, a nota média de Minas Gerais no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) voltou a subir nas avaliações seguintes. Em 2011, a rede estadual superou as metas previstas no IDEB nas primeiras e últimas séries do Fundamental: 6,0 no 5º ano do Fundamental (cuja meta era 5,7); e 4,4 no 9º ano do Fundamental (cuja meta era 4,0). No 3º ano do Ensino Médio, a rede estadual atingiu a meta de 3,7.
O que Aécio não disse é que a melhora na qualidade da educação em Minas reflete a observada no Brasil como um todo. Segundo o levantamento, o IDEB médio nacional cresceu mais do que o IDEB médio mineiro em duas das três séries avaliadas: o 5º ano do Ensino Fundamental e o 3º ano do Ensino Médio. O IDEB de Minas só cresceu mais do que o nacional no 9º ano do Fundamental.
Fonte: Agência PT de Notícias
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