Petição pede retirada de Tony Blair do Quarteto para o Oriente Médio
Tony Blair não assume nenhuma responsabilidade pelos problemas enfrentados hoje pelo Iraque e pela Palestina e não pode continuar como enviado do Quarteto
No dia 27 de junho se completou 7 anos da nomeação de Tony Blair como representante do Quarteto (ONU, EUA, Rússia e União Europeia) para o Oriente Médio. Nós que assinamos esta carta-aberta pedimos que ele seja retirado imediatamente, devido a sua fraca performance neste papel e ao legado que deixou na região.
Como tantos outros, nos sentimos horrorizados que o Iraque tenha caído em um conflito sectário que ameaça sua existência enquanto nação, assim como a segurança de seus vizinhos. Além disso, nos sentimos consternados pelas recentes tentativas de Tony Blair de se eximir de qualquer responsabilidade na atual crise, isolando-a da herança deixada pela guerra do Iraque.
Na realidade, a invasão e ocupação do Iraque têm sido um desastre bem antes das vitórias recentes do Estado Islâmico do Iraque e da Síria. O conflito sectário responsável pelos mortos e feridos foi causado, em parte, pelas forças de ocupação que dividiram o sistema político do país em linhas sectárias.
Com o intuito de justificar a invasão, Tony Blair enganou o povo britânico ao afirmar que Saddam Hussein possuia ligações com a Al-Qaeda. É uma ironia cruel para o povo iraquiano que talvez o maior legado da invasão tenha sido a ascensão do terrorismo fundamentalista em um país onde nada disso existia anteriormente.
Nós acreditamos que Tony Blair, enquanto um defensor voraz da invasão, aceite um grau de responsabilidade pelas suas consequências.
Os territórios palestinos ocupados representam outro trágico fracasso do envolvimento do ocidente no Oriente Médio.
A nossa visão é a de que, depois de sete anos, suas realizações são insignificantes, mesmo com seu mandato para promover o desenvolvimento econômico palestino. Além disso, sua designação de “alto perfil” tem prejudicado o progresso em direção a uma paz duradoura.
Sete anos depois, e ainda há mais de 500 postos de controle e bloqueios nas estradas da Cisjordânia. A Faixa de Gaza, severamente danificada por bombardeios israelenses em 2009, continua em uma crise humanitária, com 80% de sua população dependendo de ajuda estrangeira para sobreviver. Israel continua a construir assentamentos que são ilegais segundo leis internacionais. De acordo com o último chefe de negociação, Nabil Shaath, Blair “alcançou tão pouco por causa de seus esforços para agradar os israelenses.”
Também acreditamos que a forma como Tony Blair conduz suas buscas pessoais coloca em questão sua aptidão para o cargo. Blair tem sido severamente criticado por sua falta de transparência na forma como organiza seus negócios e finanças pessoais, e por não delimitar a linha entre sua posição política enquanto enviado e suas questões pessoais no Tony Blair Associates e no banco de investimento JPMorgan Chase.
Com o impasse nas negociações, é tempo de repensarmos o engajamento internacional na questão Israel-Palestina. Junto de nosso clamor para que tirem Tony Blair do posto de enviado do Quarteto, insistimos para que o público que se sente da mesma forma que nós assine a petição via o website da campanha.
Assinam:
Mamdouh Aker, Comissão Palestina Independente para os Direitos Humanos
Mourid Barghouti, escritor e poeta
Crispin Blunt MP, Partido Conservador
Professor Noam Chomsky, professor emérito do IMT
Sir Richard Dalton, ex-embaixador britânico na Líbia e Irã
Professor Hani Faris, Universidade da Columbia Britânica
George Galloway MP, Partido Respect
Jeff Halper, diretor do Comitê Israelense Contra a Demolição de Casas
Ken Livingstone, ex-prefeito de Londres
Christopher Long, ex-embaixador britânico no Egito
Caroline Lucas MP, ex-líder do Partido Verde
Michael Mansfield QC, advogado
John McDonnell MP, Partido Trabalhista
Sir Oliver Miles, ex-embaixador britânico na Líbia
Peter Oborne, escritor e jornalista
Professor Ilan Pappé, Historiador israelense, Universidade de Exeter
Rt Hon Clare Short, ex-secretário de estado para o Desenvolvimento Internacional
Baroness Tonge, Partido Liberal-Democrata
Tom Watson MP, ex-ministro da defesa britânico
Tradução de Roberto Brilhante
Como tantos outros, nos sentimos horrorizados que o Iraque tenha caído em um conflito sectário que ameaça sua existência enquanto nação, assim como a segurança de seus vizinhos. Além disso, nos sentimos consternados pelas recentes tentativas de Tony Blair de se eximir de qualquer responsabilidade na atual crise, isolando-a da herança deixada pela guerra do Iraque.
Na realidade, a invasão e ocupação do Iraque têm sido um desastre bem antes das vitórias recentes do Estado Islâmico do Iraque e da Síria. O conflito sectário responsável pelos mortos e feridos foi causado, em parte, pelas forças de ocupação que dividiram o sistema político do país em linhas sectárias.
Com o intuito de justificar a invasão, Tony Blair enganou o povo britânico ao afirmar que Saddam Hussein possuia ligações com a Al-Qaeda. É uma ironia cruel para o povo iraquiano que talvez o maior legado da invasão tenha sido a ascensão do terrorismo fundamentalista em um país onde nada disso existia anteriormente.
Nós acreditamos que Tony Blair, enquanto um defensor voraz da invasão, aceite um grau de responsabilidade pelas suas consequências.
Os territórios palestinos ocupados representam outro trágico fracasso do envolvimento do ocidente no Oriente Médio.
A nossa visão é a de que, depois de sete anos, suas realizações são insignificantes, mesmo com seu mandato para promover o desenvolvimento econômico palestino. Além disso, sua designação de “alto perfil” tem prejudicado o progresso em direção a uma paz duradoura.
Sete anos depois, e ainda há mais de 500 postos de controle e bloqueios nas estradas da Cisjordânia. A Faixa de Gaza, severamente danificada por bombardeios israelenses em 2009, continua em uma crise humanitária, com 80% de sua população dependendo de ajuda estrangeira para sobreviver. Israel continua a construir assentamentos que são ilegais segundo leis internacionais. De acordo com o último chefe de negociação, Nabil Shaath, Blair “alcançou tão pouco por causa de seus esforços para agradar os israelenses.”
Também acreditamos que a forma como Tony Blair conduz suas buscas pessoais coloca em questão sua aptidão para o cargo. Blair tem sido severamente criticado por sua falta de transparência na forma como organiza seus negócios e finanças pessoais, e por não delimitar a linha entre sua posição política enquanto enviado e suas questões pessoais no Tony Blair Associates e no banco de investimento JPMorgan Chase.
Com o impasse nas negociações, é tempo de repensarmos o engajamento internacional na questão Israel-Palestina. Junto de nosso clamor para que tirem Tony Blair do posto de enviado do Quarteto, insistimos para que o público que se sente da mesma forma que nós assine a petição via o website da campanha.
Assinam:
Mamdouh Aker, Comissão Palestina Independente para os Direitos Humanos
Mourid Barghouti, escritor e poeta
Crispin Blunt MP, Partido Conservador
Professor Noam Chomsky, professor emérito do IMT
Sir Richard Dalton, ex-embaixador britânico na Líbia e Irã
Professor Hani Faris, Universidade da Columbia Britânica
George Galloway MP, Partido Respect
Jeff Halper, diretor do Comitê Israelense Contra a Demolição de Casas
Ken Livingstone, ex-prefeito de Londres
Christopher Long, ex-embaixador britânico no Egito
Caroline Lucas MP, ex-líder do Partido Verde
Michael Mansfield QC, advogado
John McDonnell MP, Partido Trabalhista
Sir Oliver Miles, ex-embaixador britânico na Líbia
Peter Oborne, escritor e jornalista
Professor Ilan Pappé, Historiador israelense, Universidade de Exeter
Rt Hon Clare Short, ex-secretário de estado para o Desenvolvimento Internacional
Baroness Tonge, Partido Liberal-Democrata
Tom Watson MP, ex-ministro da defesa britânico
Tradução de Roberto Brilhante
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