O polo de esquerda: a boa novidade do Rio
A grande novidade, na eleição no Rio de Janeiro, é o polo de esquerda, a frente em torno de uma lista que agrupa o PT, o PC do B, o PV, o PSB.
A grande novidade nas eleições no Rio – a única, na verdade – é o polo da esquerda, em torno da candidatura do Lindberg para governador. O Rio pós-Brizola acumulou uma serie de governos muito ruins pro Estado: Marcelo Alencar, Garotinho, Rosinha, ao que se pode somar governos igualmente ruins pra cidade, como os de Cesar Maia.
Foram governos desastrosos para o Rio, que acentuaram sua decadência, que fizeram políticas de instrumentalização do Estado para políticas clientelistas, em detrimento das políticas públicas que o Rio requer.
Foram governos desastrosos para o Rio, que acentuaram sua decadência, que fizeram políticas de instrumentalização do Estado para políticas clientelistas, em detrimento das políticas públicas que o Rio requer.
O governo de Sergio Cabral teve a sorte de pegar carona nas políticas sociais dos governos Lula e Dilma, mas não esteve à altura delas. Implementou essas políticas de maneira seletiva, apenas em algumas regiões do Rio, de maior visibilidade. Mas tampouco sobre controlar a polícia que, com sua brutalidade, desgastou as próprias politicas sociais implementadas pelas UPPs.
A esquerda carioca, de grande trajetória, acabou ficando refém, neutralizada por enfrentamentos em que ela saiu dos primeiros lugares da cena política. Dividida, desconcertada, marginalizada, quase que desapareceu de cena.
A grande novidade – na realidade, a única – é o polo de esquerda, a frente de esquerda, que reagrupa as principais forças populares do Rio, em torno de uma lista que agrupa o PT, o PC do B, o PV, o PSB. Uma chapa encabeçada pelo Lindberg Farias, que representa, da melhor forma, essa nova fase da esquerda do Rio.
Uma nova fase que reivindica o que de melhor teve o Rio, grande avanços do governo do Brizola, a começar pelos Cieps. Que resgata as teses históricas do PT sobre o orçamento participativo. Que traz para o Rio a análise social que o Rio precisa: da luta, antes de tudo, pelo direito dos setores mais marginalizados, mais invisibilizados, da Baixada Fluminense e do interior do Estado.
Se o polo de esquerda é a novidade, o resto do quadro eleitoral resume o que de mais antigo e fracassado existe na politica do Rio: Pezão, como o representante do governo de Sergio Cabral, tendo que carregar todo o ônus do desgaste do governo estadual. Conta com a máquina do governo, mas essa mesma máquina, num momento muito mais favorável para Cabral, foi incompetente para eleger o então todo poderoso Jorge Picciani para o Senado, relegando-o a um terceiro lugar.
De forma cada vez mais visível, a Globo apoia e promove o Pezao, depois de analisar o quadro eleitoral e se dar conta que não lhe resta outra alternativa. Detrás dele também se une grande parte da direita do Rio. Ao incorporar a Francisco Dornelles, assinala para a direita que a contempla diretamente na sua chapa. A entrada de Cesar Maia complementa a união de velhos políticos desprestigiados, sem lhe trazer apoios populares.
As tradicionais candidaturas de Garotinho e de Crivella partem do piso alto dos seus fieis eleitores, mas se chocam logo com o teto alto da sua rejeição. Garotinho pode apresentar seus governos como bandeira, o que não lhe granjeia muito apoio. Crivella, nem isso. Compõem um quadro de velhas lideranças que não representam projetos de futuro para o Rio.
Diante desse quadro eleitoral, além dos méritos próprios da sua campanha e da sua liderança, Lindberg possui a vantagem da alto nível de rejeição dos outros candidatos, o que faz com que, em um segundo turno, recai sobre ele a principal possibilidade de vitória. As candidaturas estão postas, com suas chapas completas. Assim que termine a Copa, a curta campanha eleitoral vai ganhar ritmos acelerados. Da mobilização e da politização da campanha dependem as possibilidades reais de vitória do candidato da esquerda no Rio.
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