Berzoini diz que CPI é ação de quem tem 'preguiça' de discutir projetos

O recém-empossado ministro das Relações Institucionais classificou ação como inciativa eleitoral da oposição e tentativa de preencher vazio de propostas
por Redação RBA
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berzoini
O ministro classificou a proposta de CPI como 'mais uma iniciativa eleitoral da oposição'
São Paulo - Em entrevista veiculada hoje (2) pelaRádio Brasil Atual, o recém-empossado ministro das Relações Institucionais,  Ricardo Berzoini, analisou a tentativa do bloco oposicionista ao governo federal de instalar a CPI da Petrobras. O ministro classificou a ação como apenas “mais uma inciativa eleitoral da oposição”, o que, segundo ele, ocorre em todos os anos de eleição e é uma tentativa de preencher o vazio de propostas de quem “tem preguiça de discutir projetos para o Brasil”.
“Costumo dizer que tenho a sensação que a oposição tem preguiça de discutir projetos para o Brasil, tem preguiça de discutir propostas para a saúde, para a educação, para moradia e vem sempre com denuncismo e ataques para preencher esse vazio, na tentativa de colar o governo à imagem de um governo desonesto. Esse é o governo que aprovou a lei de punição aos corruptores, esse é o governo que aprovou a Lei de Acesso à Informação. É o governo que equipou a Polícia Federal e que viabilizou a total independência de investigação às autoridades competentes”, disse Berzoini.

O ministro ressaltou que o governo não tem por que temer CPIs que visem investigar, de fato, questões de uma empresa estatal. Contudo, avaliou que propor a apuração em abril de 2014 com término previsto para o período eleitoral, não é uma proposta séria. “Nem o mais ingênuo dos cidadãos brasileiros pode acreditar que essa proposta é séria. É uma proposta para preencher o vazio programático das candidaturas de oposição. Por isso, nós temos orientado a nossa base, com respeito à autonomia e à independência dos partidos, para buscarmos nos contrapor politicamente a essa iniciativa oportunista da oposição”, explicou.
Outro ponto abordado foi a estratégia de ampliar o escopo da CPI da Petrobras e também investigar as denúncias de corrupção nos governos tucanos de São Paulo e Minas. “É muito curioso que aqueles que fazem a luta bastante contundente em Brasília para criar a CPI da Petrobras, em São Paulo e Minas Gerais, não querem criar CPI em hipótese alguma. Aliás, a Assembleia Legislativa de São Paulo virou um túmulo de CPIs. Só se faz CPIs sobre assuntos bizarros e os deputados da base do governo Alckmin são totalmente coniventes e alinhados com essa postura. Já lá em Brasília, os mesmos partidos cobram do PT e dos aliados permitir uma investigação oportunista como essa da CPI da Petrobras”, argumentou.
Berzoini afirmou não ter dúvida de que o principal objetivo da ampliação das investigações é demonstrar que “se é para ter uma investigação de supostos mal feitos, vamos investigar todos que estão na pauta”. Ele apontou, por exemplo, a situaçao do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos em São Paulo (CPTM).
“Vamos investigar o escândalo do Metrô e da CPTM em São Paulo. A relação com a Siemens e com a Alstom e o acordo de leniência que foi feito pela Siemens junto ao Cade. Vamos investigar eventos ocorridos em Minas Gerais e em Pernambuco para não ter qualquer tipo de restrição à investigação”, frisou.
Ele, que estava no quarto mandato na Câmara dos Deputados e foi titular dos ministérios da Previdência e do Trabalho no governo Lula, além de presidente nacional do PT, falou ainda sobre as ações imediatas que realizará para aglutinar a base aliada e evitar tensões com o Congresso.
“Nenhuma orientação ideológica do Brasil hoje tem a hegemonia política. Mesmo na base aliada, nós temos muitas diferenças de entendimentos sobre questões relevantes das áreas econômica, política e de gestão. A melhor maneira de conduzir o Brasil, a partir da experiência do governo Lula e do governo Dilma, é juntar partidos que têm algumas questões em comum, formar um bloco de governo e buscar construir consensos naquilo que é possível. Naquilo que não é possível, tentar evitar problemas de relacionamento ou tensões exageradas”, concluiu.
Ouça a entrevista completa feita pela Rádio Brasil Atual
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